DIA DE ÍNDIO
Eles são muito mais ligados à terra.
Trabalham em suas lavouras para garantir o sustento da aldeia; fora isso, alimentam-se dos frutos das árvores e dos animais que caçam. Para os índios, a terra é muito importante, sagrada mesmo. Não só porque é o lugar de onde tiram seu sustento, mas também porque é o que eles consideram como o lar deles. Por isso a Constituição brasileira garante que as terras dos índios devem ser demarcadas (determinadas) pelo governo e devem ser respeitadas por todos. Ás vezes esses direitos não são respeitados. Alguns grandes proprietários de terras, madeireiros e garimpeiros tentam expulsar os índios de suas terras para explorá-las, e para isso, muitas vezes fazem uso de força bruta para tirá-los de lá. A situação dos índios é grave em várias regiões, e infelizmente muitas comunidades indígenas já perderam grande parte de seus territórios.
Os índios acreditam em forças maiores: na natureza, em deuses e nos espíritos de seus ancestrais.
Os mais comuns são feitos de palha, madeira ou barro. Os adultos fabricam para as crianças dobraduras de palha, representando os animais da floresta. Em geral, os brinquedos são miniaturas de objetos usados na sociedade e, além de fazerem as crianças se divertir, esses objetos as educam para as tarefas que terão de realizar quando se tornarem adultas. Até aprenderem a andar, os bebês vivem aconchegados a suas mães, numa espécie de bolsa que as mães prendem no corpo para carregá-los. As crianças pequenas, de até 3 ou 4 anos, brincam com outras crianças e com seus brinquedos. Mas estão sempre próximas às mães, pois costumam mamar nelas até essa idade. É comum, também, que uma irmã mais velha, adolescente, tome conta das crianças menores. Já os meninos aprendem a: preparar o terreno para o plantio, caçar, confeccionar arco e flecha, fazer cestas e enfeites de plumas e construir casas. Nas culturas indígenas, cabe aos pais a orientação nas tarefas e comportamentos que a comunidade julga corretos. Os pais jamais devem levantar a voz, brigar ou bater em seus filhos; devem educar com autoridade, para desenvolver na criança a atenção, a observação e a importância da repetição de uma tarefa até a sua plena aprendizagem. Nas tribos é dever de todos fazer a criança crescer com responsabilidade e respeito às regras da comunidade. Legal, hein?!
Um dos costumes mais importantes é o de tomar banho todos os dias. Em outras culturas, como na dos países europeus, é comum as pessoas passarem dias sem tomar banho. Que bom que os índios nos ensinaram isso, né? Assim somos um povo bem cheirosinho! Também aprendemos com eles o uso de chás e plantas medicinais para curar doenças. E como os índios têm muito conhecimento de ervas e plantas, muitos dos remédios que compramos hoje nas farmácias tiveram suas fórmulas baseadas em chás indígenas. É influência deles também a utilização de redes para dormir, as várias danças, principalmente as da região Norte do Brasil. E ainda várias canções e lendas do folclore brasileiro. VIDA DE ÍNDIO
Nossa entrevistada mora na tribo dos Fulni-ô, uma aldeia de 6 mil índios no interior do Pernambuco, e contou como é a vida em sua aldeia. Você vai ver que ela é gente como a gente.
Como é a vida na sua tribo? O que vocês fazem no dia-a-dia? A gente faz artesanato, cozinha e busca lenha no mato. Os homens caçam e fazem artesanato também: arco, flecha e lança. As crianças de manhã vão para a escola aprender português, e de tarde vão para a escola da nossa língua, o Iatê. Normalmente ficamos mesmo na aldeia, mas no final de agosto a gente vai para a reserva passar três meses, onde praticamos nossos rituais e ensinamos às crianças as tradições da tribo.
Sim, a escola tem 10 salas de aula, e todas as crianças estudam.
Na aldeia temos energia elétrica, sim, e também televisão, som, escola de computação, telefone e água encanada. Mas na reserva, que é uma área mais isolada, só tem água encanada; não tem energia porque o cacique prefere que não tenha, lá a luz é de lampião.
Sim, para toda a aldeia, e tem acesso à internet. Só que são 10 computadores para a aldeia toda (de 6 mil índios).
Os pais fabricam brinquedos, mas eles recebem muita doação de bola, carrinho e outros brinquedos.
Alguns índios da minha aldeia são funcionários da prefeitura e do estado. Esses têm mais condição, porque têm salário certo. Os que não têm, vivem das plantações, do artesanato e de doações.
As meninas são consideradas adultas depois da menstruação, e os meninos, a partir dos 13 anos.
Só quando elas têm um tempinho, mas sempre a escola está em primeiro lugar.
A terra, pois as reservas não têm espaço suficiente. A nossa área é de 11 mil hectares. Antigamente era de 53 mil hectares, mas o branco foi tomando e só ficaram 11 mil. É muito apertado para mais de 6 mil índios. Porque a gente planta muitas coisas: milho, feijão, algodão, verduras, frutas.
É bom para as pessoas lutarem pelos direitos dos índios, porque ainda tem muita gente que não gosta de índio. Seria bom se as pessoas entendessem e apoiassem, porque de vez em quando tem questão de terra, com gente querendo tomar. Até índio queimado já mataram aqui mesmo em Brasília (o índio Galdino Jesus dos Santos foi queimado por cinco jovens enquanto dormia num ponto de ônibus, em 20 de abril de 1997).
Eu falaria para as crianças não seguirem maus exemplos, que elas seguissem sempre bons exemplos, porque quando a pessoa é criada vendo bons exemplos ela vai fazer boas ações. Vendo televisão, a gente vê tanta coisa ruim, mas quem tem um coração bom vai tentar ajudar para que o mal não aconteça mais. Eu queria que as crianças crescessem tendo paz no coração.
fonte:http://www.plenarinho.gov.br/brasil/Reportagens_publicadas/todo-dia-era-dia-de-indio |